Doença Meningocócica e Vacinação
- Clínica Nova Era
- 6 de mai. de 2020
- 3 min de leitura

Durante o difícil momento que o mundo enfrenta com a pandemia de Covid-19 é importante não deixar de atentar para outras doenças contagiosas que ainda estão em circulação. Enquanto a preocupação com a falta de tratamento e vacinação contra o Coronavírus é diária, outras enfermidades que podem levar ao óbito ou deixar graves sequelas podem ser prevenidas com a vacinação.
A Meningite é uma doença infecciosa que pode ser causada por diversos agentes, como bactérias, fungos e vírus. As manifestações mais graves são promovidas por bactérias, com especial destaque para a Doença Meningocócia, causada pela Neisseria meningitidis (meningococo). Essa infecção bacteriana aguda pode levar à inflamação das meninges - membranas que revestem o sistema nervoso central, ou seja, o cérebro e a medula espinhal (meningite), ou à infecção generalizada (meningococcemia). Enquanto as formas de meningite causadas por outros agentes tem baixa letalidade, a Meningite Meningocócica é altamente letal. Como seus sintomas iniciais podem ser confundidos com outras doenças, como uma forte gripe ou dengue, no momento em que o diagnóstico é realizado, a proliferação bacteriana pode já estar avançada e a doença em estágio grave.
Sua rápida evolução, facilidade de transmissão, capacidade de acometer pessoas sem em qualquer faixa etária, e sintomas semelhantes a outras doenças fazem da Meningite Meningocócica uma doença perigosa para a qual é sempre importante alertar.
Felizmente ela é também uma das doenças para a qual a vacinação está disponível.
Dentre os treze sorotipos identificados do meningococo, as vacinas focam no combate aos mais perigosos: A, B, C, W e Y.
No Brasil, as vacinas licenciadas são:
- Para a Rede Pública: Meningite C
- Para a Rede Privada: Meningite B - Bexsero //
Meningite ACWY - Menveo, Nimenrix, Menactra
A vacina contra a Meningite pode ser aplicada a partir dos 2 meses de vida. Ela é indicada não apenas para crianças, onde há necessidade do reforço, como também para adolescentes e jovens adultos. Adultos em geral, especialmente em condições que podem aumentar risco de contração da doença, devem alertar para seu histórico de vacinação. Atenção especial para viajantes com destino a regiões onde há maior incidência da doença.
A vacinação contra a Meningite Meningocócica é a melhor forma de prevenção contra uma doença que pode levar ao óbito ou causar graves sequelas. Ainda mais, ela também ajuda a evitar surtos e proteger indivíduos mais vulneráveis.
Para concluir, é válido revisitar o artigo “Vacinação Infantil” do Dr. Lance E. Rodewald, citado pelo Programa Nacional de Imunização dos E.U.A. em 2014 (pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças, Center for Prevention and Disease Control, U.S.A.). Sua análise é tão oportuna hoje (se não for ainda mais propícia e necessária) quanto era na data de sua publicação cinco anos atrás:
“O próprio sucesso da vacinação infantil coloca o desafio de comunicar aos pais a importância de proteger seus filhos, mesmo quando já não há mais ocorrência das doenças visadas pelas vacinas. Uma lição recorrente mostra que existe relutância e certo desdém em relação à administração das vacinas (especialmente para doenças tidas como controladas) que pode levar a uma diminuição dos níveis de cobertura de imunidade comunitária. Quando os níveis situam-se abaixo do limite da imunidade comunitária, a doença inevitavelmente reaparece porque as bactérias e/ou os vírus causadores continuam a circular em certas partes do mundo.”


JUNTOS NO COMBATE À MENINGITE!
Obrigada aos queridos Luana e Henrique Simon França que já estão na luta contra a Meningite 🥊

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